Jovens sul-coreanas são vítimas de pornografia Deepfake
Os crimes são compartilhados pelo Telegram e geram preocupação em autoridades.
Por: Mariana Souza
A Coreia do Sul está enfrentando uma crise com a crescente disseminação de pornografia deepfake, um fenômeno onde tecnologias avançadas de manipulação de vídeo são usadas para criar conteúdo pornográfico falso e não consensual. Este problema está levantando sérias preocupações sobre a privacidade das vítimas e a segurança digital no país.
Na última segunda-feira, o jornal sul-coreano Hankyoreh publicou uma matéria investigativa da jornalista Ko Narin, que revelou um esquema ilegal de criação e compartilhamento de imagens pornográficas envolvendo crianças e jovens universitárias, utilizando inteligência artificial, no Telegram.
Ko entrou nestes grupos e descobriu que os usuários, geralmente anônimos, compartilhavam fotos de mulheres que conheciam e utilizavam um software para sobrepor os rostos delas em fotos ou vídeos de teor sexual. Observou-se também que o foco destes grupos não se restringia apenas a estudantes universitárias, mas também estudantes do ensino médio e ensino fundamental, com salas de bate-papo específicas para essas faixas etárias.
Após a denúncia, o Telegram passou a ser investigado pela polícia coreana. Em uma coletiva de imprensa, o chefe do Departamento de Investigação da Polícia Nacional sul-coreana, Woo Jong, afirmou que “O Telegram não respondeu aos nossos pedidos de informações sobre contas [de usuários] durante investigações anteriores sobre crimes relacionados. Diante disso, a Agência Nacional de Polícia de Seul abriu, semana passada, uma investigação contra a plataforma por encorajar este tipo de crime”. Ativistas apontam que a divulgação online de conteúdo sexual privado sem consentimento é um problema significativo na Coreia do Sul, representando um grande desafio para as mulheres do país.
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