Crimes de estelionato crescem 8,2% em um ano, enquanto roubos caem
Dados da edição 2024 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, revelam uma mudança nos padrões criminais
Escrito por Maria Rita e Nathália Baron
Reprodução: Freepik
Não é de hoje que a tecnologia tem moldado a forma como as sociedades se organizam, e esse avanço tem impacto direto até mesmo nos crimes contra o patrimônio no Brasil. Enquanto a taxa de roubos e furtos apresenta queda, os golpes virtuais e os estelionatos se tornam cada vez mais frequentes.
De acordo com o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, um golpe é cometido a cada 16 segundos no país, um dado alarmante que representa um aumento de 360% desde 2018. Em contrapartida, crimes como roubos de celulares (-10,1%), veículos (-12,4%) e cargas (-13,2%) têm apresentado uma queda consistente.
O relatório também aponta que, entre 2022 e 2023, os estelionatos virtuais cresceram 13,6%. Em contraste, houve uma queda expressiva de quase 30% nos roubos a bancos e outras instituições financeiras no mesmo período, seguida por uma redução de 18,8% nos roubos a estabelecimentos comerciais
Em entrevista à Revista Exame, Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), explicou que os criminosos têm migrado para modalidades de crimes que apresentam riscos menores e um potencial de ganho muito maior. No caso dos crimes virtuais, a relação custo-benefício é muito mais vantajosa em comparação com o roubo de veículos, assaltos a bancos ou furtos de cargas.
Estelionato Comum
Em 2021, o Brasil registrou 649,9 estelionatos a cada 100 mil habitantes. No ano seguinte, esse número saltou para 896, marcando um aumento de 37,9%.
Estados com mais casos:
São Paulo: passou de 382.110 em 2021 para 638.629 em 2022 (+67%).
Paraná: passou de 114.951 em 2021 para 134.154 em 2022 (+16,7%).
Minas Gerais: passou de 105.476 em 2021 para 130.755 em 2022 (+23,9%).
Rio de Janeiro: passou de 71.145 em 2021 para 123.841 em 2022 (+74%).
Estelionato por Meio Eletrônico
Em 2021, o Brasil registrou 115 estelionatos eletrônicos a cada 100 mil habitantes. No ano seguinte, o número aumentou para 189,9, representando um crescimento de 65,1%.
Estados com mais casos:
Santa Catarina: passou de 42.976 em 2021 para 64.230 em 2022 (+49,4%).
Minas Gerais: passou de 25.574 em 2021 para 35.749 em 2022 (+39,7%).
Distrito Federal: passou de 10.049 em 2021 para 15.580 em 2022 (+55%).
Espírito Santo: passou de 10.545 em 2021 para 15.277 em 2022 (+44,8%).
Esse cenário evidencia uma transição para o crime cibernético, onde os estelionatários têm encontrado no ambiente digital uma plataforma mais segura e rentável para suas atividades ilícitas. Com a expansão da tecnologia, é fundamental que a sociedade se atente a essas novas formas de delito e as autoridades busquem soluções para mitigar seus impactos.
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