Setembro amarelo: Taxa de suícidio entre população indígena é a mais alta do país
Fatores territoriais, culturais e crises sanitárias podem estar ligados às causas.
Ministra Sonia Guajajara em protesto de 2019, foto por Carl de Souza, AFP.
O setembro amarelo é voltado para campanhas de saúde mental e que auxiliem a população a perder os tabus e achismos que envolvem o tema. Normalmente, o assunto mais recorrente é o suícidio. Os indivíduos que experimentam esses temas são as sociedades indígenas. Podendo ter diversas causas, como: invasão de território, violências, abusos e etc.
Em pesquisa publicada pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), é revelado que os indígenas tiveram a maior taxa de suicídio do país. O foco foi na região norte e centro-oeste do país. Com 16,58 casos por 100 mil habitantes. O estudo publicado em 2022, mostra que 55% dos jovens, em sua maioria, homens, entre os 10 e 24 anos são mais suscetíveis a cometer o ato.
Gráfico das taxas de mortalidade de suicídio em indígenas, InfoAmazonia, Fonte: Sesai.
Apesar do alto índice de suicídio e auto lesões, não é apresentado um alto número de hospitalizações. Revelando que não há assistência social no socorro e suporte das vítimas. Além da violência, o racismo e a pobreza podem contribuir para o ato. Como forma de conseguir lidar com os problemas dessas populações, a Secretária de Saúde Indígena (Sesai), criou um webinário para promover a vida e criar políticas que ajudem as diversas etnias.
O indígena Heliton Oliveira Cavanha, da etnia Kaiowá, ressalta a importância destas políticas, “A gente tem debatido várias vezes com as lideranças o tema de saúde mental, porque a gente tem perdido muitos jovens por conta desse problema. É muito importante ações como essa acontecer dentro do território”.
Entre os anos de 2011 e 2022, o país teve uma alta de 3,7% de suicídios e 21,13% de autolesões. Tendo um crescimento nos últimos 11 anos, apesar de em 2019, se tornar lei a notificação das tentativas de suicidio e automutilação.
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