Parque linear torna-se estratégia para a revitalização de regiões urbanas carentes do verde
Por: Mirela Almeida | Quinta Notícia
Casa Verde é uma das regiões que mais sofre com a ausência de áreas verdes para lazer
Parques Lineares
O número de parques lineares
propostos pela prefeitura é, em muitos casos, maior que o de parques urbanos.
Isso pode indicar uma estratégia voltada à sustentabilidade, recuperação de
áreas de mananciais, como córregos e rios, além de contribuir para a redução de
enchentes e a melhora da qualidade do ar.
Desde o começo do século, o maior
número de parques entregues em São
Paulo ocorreu entre os anos 2006 e 2010, após esse período houve uma queda
na criação de novos parques, inclusive de parques lineares. “O maior parque
linear de São
Paulo, o Parque Várzeas do Tietê, junto ao Rio Tietê, quase não saiu do
papel, ele possui escala metropolitana e a responsabilidade por sua
implementação é do governo do Estado, que nas últimas gestões esteve mais
interessado em privatizar propriedades e empresas públicas, do que em dar
continuidade na implementação do referido parque. São
Paulo possui uma rica rede hídrica onde ainda é possível a criação de um
grande sistema de parques lineares, idealmente contínuos, que poderiam prestar
inúmeros serviços ambientais e sociais”. Explica o professor.
Número de parques urbanos e
lineares entregue a partir dos anos 2000 / Gráfico: Mirela Almeida / Dados:
Prefeitura de São Paulo
Em fevereiro deste ano, a região
da Casa Verde ganhou o seu primeiro parque. O Parque Linear Córrego do Bispo,
no distrito da Cachoeirinha. Apesar da localização ser próxima à vegetação da
serra da Cantareira, a região é uma das que mais sofre
com a ausência de espaços verdes com estrutura para lazer e recreação.
Desde 2015, os moradores cobram das
autoridades por um planejamento urbano e a preservação das áreas verdes, que
apresentam problemas habitacionais com moradias irregulares, e a criação de
novos espaços para lazer, que ainda é escasso.
Segundo a prefeitura, o novo
parque linear recebeu mais de R$ 12 milhões de investimentos em cuidados
ambientais e na construção da infraestrutura, que conta com sede
administrativa, sanitários, parquinho infantil, trilhas e academia ao ar livre.
Entre 2020 e 2024,
foram destinados R$ 1,5 bilhão à manutenção e operação de parques e unidades de
conservação na capital. Apesar do investimento expressivo, o urbanista Eugenio
faz críticas sobre os desafios que ainda persistem, como a falta de recursos
contínuos, planejamento adequado e gestores qualificados. “É necessário
destinar mais recursos públicos, não é possível que se gaste bilhões em
programas de recapeamento asfáltico e quase nada para parques. É necessário que
os administradores dos parques sejam funcionários públicos qualificados e não
nomeados por indicação política”.
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